Esgotamento sanitário inadequado prejudica a fauna
aquática
A
abrangência da utilização de agrotóxicos não se dá apenas em relação aos
alimentos, mas também à questão de poluição hídrica. Segundo a professora e
bióloga Francesca Ferreira — DCVida/ Unijuí —, tanto com agrotóxicos e ainda
mais com o esgotamento sanitário inadequado, a bacia hidrográfica ou afluentes
do Rio Ijuí, que reúne 36 municípios, ainda não possui uma rede de tratamento
satisfatória.
“Há
um estudo na Argentina, que mostrou a contaminação com agrotóxicos (Glifosato e
outros) de todo o sistema Paraná-Uruguai (Bacia do Prata)”, informa a
professora. Em nossa região, segundo informações do CACON, o índice de câncer é
maior do que a média nacional.
Em
relação à bacia hidrográfica do Rio Ijuí e os agrotóxicos, “não existe ainda um
estudo relacionando-os à contaminação das águas”. Segundo dados de 2016 da BBC,
emissora de rádio e TV, com sede em Londres/ Reino Unido, os produtores gaúchos
são os que mais utilizam esses produtos nas plantações e acabam por sofrer as
consequências com a alta incidência ao câncer.
Já a
fauna aquática sofre juntamente com o ser humano os reveses da poluição.
Através da contaminação direta os peixes são expostos a doenças e a mutações.
“Na maior parte das vezes os peixes não morrem rapidamente, a não ser por um
volume grande de poluentes num curto espaço de tempo, mas desenvolvem muitas
doenças, sofrem mutações, assim como os humanos”, destaca a professora.
O
saneamento básico: esgotamento sanitário, gestão adequada de resíduos sólidos,
drenagem urbana eficiente, vem a ser um dos caminhos propostos pela professora
Francesca para melhores condições à natureza e ao ser humano. Mas, também, a
recuperação de matas ciliares, no mínimo o que recomendo o código florestal de
2012, a recuperação e conservação dos solos. E o fundamental: “A redução e
banimento do uso de agrotóxicos, mudança no modelo de produção, ou seja,
agroecologia”, finaliza.
Érico Hammarström, acadêmicos de Jornalismo da Unijuí
– Agência de Notícias