terça-feira, 25 de abril de 2017


O que é agricultura orgânica?

Foto: Escola Kids

A agricultura orgânica enfatiza o uso e a prática de manejo sem o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade e agrotóxicos, além de reguladores de crescimento e aditivos sintéticos para a alimentação animal.

Esta prática agrícola preocupa-se com a saúde dos seres humanos, dos animais e das plantas, entendendo que seres humanos saudáveis são frutos de solos equilibrados e biologicamente ativos, adotando técnicas integradoras e apostando na diversidade de culturas.

Para tanto, apoia-se em quatro fundamentos básicos:

  • Respeito à natureza: reconhecimento da dependência de recursos naturais não renováveis;
  • A diversificação de culturas: leva ao desenvolvimento de inimigos naturais, sendo item chave para a obtenção de sustentabilidade;
  • O solo é um organismo vivo: o manejo do solo propicia oferta constante de matéria orgânica (adubos verdes, cobertura morta e composto orgânico), resultando em fertilidade do solo;
  • Independência dos sistemas de produção: ao substituir insumos tecnológicos e agroindustriais.

Cenário brasileiro
O Brasil está se consolidando como um grande produtor e exportador de alimentos orgânicos, com mais de 15 mil propriedades certificadas e em processo de transição - 75% pertencentes a agricultores familiares. O apoio à produção orgânica está presente em diversas ações do governo brasileiro, que oferece linhas de financiamento especiais para o setor e incentiva projetos de transição de lavouras tradicionais para a produção orgânica.

Legislação
A importância que a produção orgânica vem assumindo no mercado de alimentos exige regulamentação que assegure ao consumidor a garantia de que está adquirindo um item que obedece às normas legais estabelecidas para o produto orgânico. A legislação para produtos alimentícios, que dispõe sobre a agricultura orgânica, é a Lei nº 10.831/2003 e o Decreto nº 6.326/2007.

Economia e tendências
Se considerarmos o cenário mundial, principalmente em países industrializados, de aumento da demanda de alimentos, notadamente proteínas animais e insumos para a sua produção, as perspectivas serão altamente favoráveis para o aumento da participação brasileira, sobretudo nos mercados de frutas tropicais, carnes e outros produtos básicos.

Entre os atributos de qualidade, cada vez mais os produtos relacionados à preservação da saúde ganham força. Emergem também atributos de qualidade ambiental dos processos produtivos, em especial os relacionados à proteção dos mananciais e da biodiversidade.

Como decorrência crescem as demandas por processos de certificação de qualidade e sócio ambiental para atender a rastreabilidade do produto e dos respectivos sistemas produtivos a partir de movimentos induzidos pelos consumidores.

Fonte: Sebrae 

Aprenda a fazer uma horta em casa


Cultivar uma horta, independente do tamanho e da variedade de alimentos plantados, é bom para a saúde e o bem-estar da família, pois garante a ingestão de alimentos mais saudáveis, sem agrotóxicos e ainda gera economia nas compras do supermercado.
Ter uma horta em casa não é difícil, no entanto é preciso ficar atento e tomar alguns cuidados na hora de montar a sua. Elas podem ser feitas em todos os tipos de casas e apartamentos, só precisa ser adaptadas ao espaço e aos recursos disponíveis.
           
            Preparativos:

Clima é um dos fatores determinantes e precisa ser levado em consideração na hora de selecionar as variedades que serão plantadas. As diferentes estações, temperatura e volume de chuva precisam ser verificados para sua horta ter sucesso.
Solo O solo deve ser analisado em seus aspectos físicos (textura e estrutura), químicos (nutrientes) e biológicos (organismos vivos e existentes no solo).
Espécies Cada espécie precisa de um tipo de tratamento e possui um ciclo de crescimento próprio, por isso é preciso de muito cuidado na hora da seleção.

            Dentro de casa
Passo a passo:
- Escolha um vaso com furos;
- Encha um terço do vaso com brita ou pó de brita, para a drenagem;
- Coloque uma mistura de duas partes de terra, uma parte de composto orgânico e uma parte de húmus até a borda do vaso;
- Espalhe um pouco de areia;
- Plante as mudas.



            Em espaços médios
Passo a passo:
- Revolver o solo com enxada ou pá, deixando a terra bem solta e fofa;
- Misturar o composto orgânico;
- Deixar o canteiro 20 centímetros acima do nível do terreno;
- A largura do canteiro deve ser de no máximo 1,20m;
- Marcar os espaçamentos (exemplo: os pés de alface devem ficar a dois palmos um do outros);
- Posicionar as mudas de maneira intercalada, em forma de triângulo, para evitar a erosão;
- Misturar as sementes com areia e espalhe com a mão sobre o canteiro de maneira mais uniforme possível;
- Regar pelo menos uma vez ao dia.



            Em espaços grandes
Passo a passo:
- Monte a sua horta em uma área sem muito movimento. Se você tiver animais, coloque uma cerca de bambu, madeira ou outro material para que eles não entrem. Escolha um lugar que receba sol.
- Limpe a área que será plantada. Você precisa tirar as ervas, o capim, as plantas velhas e as pedras. Aproveite esses resíduos naturais para produzir seu próprio adubo natural.
- Are a terra quando tiver limpo o terreno. A terra deve estar úmida para ser arada.
- Coloque o comporto orgânico na terra para que ela seja mais fértil e as frutas, verduras e legumes cresçam facilmente. Espalhe uma camada de 4 cm de adubo e misture bem como a terra da superfície.
- Informe-se sobre como cresce cada fruta, verdura e legume que você pretende plantar, como eles dever ser agrupados e qual é a distância necessária entre eles para um bom crescimento.
- Faça sulcos a cada 30 cm, que atravessem a horta inteira. Isso organizará suas frutas e verduras e permitirá que você se desloque sem problemas pela plantação. Coloque tijolos, pedras ou madeiras dentro desses sulcos para poder andar sem pisar nas plantas.
- Siga as instruções das embalagens das sementes. Informe-se sobre o crescimento e agrupe-as de acordo com as informações que você obteve ou as indicações de um especialista.
- Proteja a sua horta contra pragas e insetos. Remova as ervas daninha que crescerem entre as plantas, já que elas absorvem a água que a sua horta precisa para crescer.



Dicas:

  • Se o terreno é muito argiloso, acrescente areia junto com o adubo, para ele ficar mais permeável à água.
  • A irrigação é fundamental para um bom crescimento. O sistema por gotejamento é o ideal.
  • Você pode colocar pala nos sulcos para evitar o crescimento de ervas daninhas.
  •  Os tempos de crescimento de cada verdura, cada gruta e cada legume são diferentes, assim como as estações do ano em que cada um deve ser plantado. Informe-se bem a respeito e confira a tabela abaixo para saber quando plantar cada muda. 





quarta-feira, 19 de abril de 2017


Trocas de sementes crioulas incentiva cultura saudável na região Noroeste


“Sementes crioulas são sementes tradicionais, são sementes antigas, são sementes saudáveis”. A fala, de Pedro Kunkel, guardião de sementes crioulas que reside em Panambi, no Noroeste do Rio Grande do Sul, resume um pouco a importância dessas sementes. Elas são puras, ou seja, nunca tiveram contato direto com agrotóxicos nem são geneticamente modificadas e são plantadas em áreas ecológicas cedidas por pequenos agricultores. Pedro é o responsável pelo banco das sementes, uma casa onde elas são guardadas e podem ser trocadas com produtores que vêm de diversas regiões do Estado em busca de plantas “que os avós cultivavam”, de receitas de repelentes e adubos naturais.
Como base de uma cultura sustentável, as sementes são cultivadas através de adubação verde, uso de minerais, rotação de culturas e plantando muitas variedades próximas de forma que, segundo Kunkel, uma planta proteja a outra. Porém, tudo isso só é possível graça aos mutirões de troca de sementes que são a forma de abastecer os bancos pois, segundo Pedro, “nenhum produtor ou guardião consegue assumir a responsabilidade de inúmeras variedades nobres que precisam ser salvas. Então, na medida que alguém assume o plantio de determinada variedade […], no dia que se encontrar, traz o resultado e o intercâmbio e a multiplicação acontecem ao natural, pela prática do mutirão”.
Kunkel conta que muitos agricultores trazem as sementes até no bolso para não perder a oportunidade de trocar por uma semente que não tenha, mas gostaria de ter ou para, simplesmente, encontrar plantas da época de sua infância. Ele afirma que nunca vendeu ou cobrou pelas sementes; todas foram trocadas.


O Canal Futura, em parceria com a ABTU (Associação Brasileira de Televisão Universitária) e a TV Globo patrocinaram a produção de um curta-metragem sobre o mutirão de trocas de sementes que ocorre em Panambi e que foi idealizado por Pedro Kunkel. O documentário, “Sementes”, tem direção de Marcelo Engster e recebeu os prêmios de “Melhor Filme” pelo júri popular do Cinecipó (2015), “Melhor Documentário” na 15ª Mostra de Audiovisual Universitário em Cuiabá (2016) e o “Prêmio Vladimir de Carvalho de Melhor Pesquisa” no 3º Festissauro – Festival de Audiovisual do Vale dos Dinossauros (2016). O curta pode ser conferido, na íntegra, na página do Youtube do Canal Futura.


Por Manuela Joana Engster, acadêmica de Jornalismo da UNIJUÍ – Agência de Notícias

segunda-feira, 17 de abril de 2017


Agrotóxicos perigo silencioso 


Muitos agricultores utilizam o agrotóxico em suas plantações para ajudar na produção, mesmo sabendo que oferece riscos tanto à saúde do consumidor final quanto a deles próprios quando estão lidando com os pesticidas. Conforme o site InfoEscola, os agrotóxicos foram desenvolvidos durante a Primeira Guerra Mundial e foram muito utilizados na Segunda Guerra Mundial, como arma química. Após o término da guerra, eles passaram a ser usados como defensivo agrícola e são utilizados até hoje. Quando terminaram as guerras havia fome na Europa, surgindo então a “revolução verde”, que tinha como objetivo fomentar a agricultura, resultando na produção de alimentos.
No ano de 1970, diversas fábricas mundiais foram transferidas para o Brasil, país que está entre os cinco maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. Quem tem o controle dos agrotóxicos, hoje, é o Ministério da Saúde e quem controla as questões ambientais é o IBAMA. O governo é encarregado de transmitir todos os dados ao Ministério da Agricultura.
O Dr. Roberto Carbonera, professor do Departamento de Estudos Agrários UNIJUÍ, aponta que o uso dos agrotóxicos pode provocar intoxicações agudas, que se manifestam logo após a exposição do produto. Ele enfatiza que é possível produzir sem utilizar agrotóxicos. “Há muitos produtos como hortaliças, frutas, cereais, arroz, feijão que podem ser cultivados sem o uso de agrotóxicos, garantindo uma melhor qualidade também de vida aos consumidores e produtores. Entre os produtores da região Noroeste mais de 95% utilizam os agrotóxicos”, comenta.



No RS ocorrem cerca de 700 casos de intoxicações por ano, segundo relatório de Centro de Informações Toxicológicas do RS, CIT/RS. Há relatos consistentes do Centro Avançado de Combate ao Câncer (CACOM) de que certos tipos de câncer estão relacionados à exposição de determinados agrotóxicos. Existem produtos que desregulam o sistema endócrino, podendo causar disfunções hormonais nos organismos.
“O modelo de agricultura praticado leva em conta o uso destes produtos. Entretanto, há necessidade de se combater o uso indiscriminado e não permitido de produtos em determinadas condições e usá-los estritamente quando necessários. A sociedade deve exigir que os produtos consumidos não apresentem resíduos acima do permitido”, conclui Carbonera.


Por Rafael Rambo Juma Eid – acadêmico de Jornalismo – Agência de Notícias

Calendário de Atividades do GT